A comunidade de Santa Rosa, em Itapecuru, ainda enfrenta uma disputa muito particular: a disputa por um nome que corresponda melhor à identidade de seus moradores como negros quilombolas. A comunidade é mais conhecida como Santa Rosa do Barão porque foi o barão que deixou as terras com os descendentes de escravizados que trabalharam para ele. Um processo no fórum pretende firmar a comunidade como Santa Rosa dos Pretos.
Como as terras de Santa Rosa dos Pretos ainda não estão tituladas, um fazendeiro tomou quase metade da terra dos quilombolas, 20 hectares que correspondem a duas fazendas há anos, mas há uma luta grande no INCRA para reverter isso.
Hellen Jacqueline Pires Belfort ao meio ladeada por Adomair e Ilma
A usurpação das terras também prejudica a agricultura local que não tem onde fazer as roças porque o método de trabalho é de fazer roça um ano numa parte da terra, deixar a terra repousar e com seis anos depois é que torna a roçar naquele mesmo local, o que é impossível com a terra pequena e a comunidade grande.
Dona Cesarina, a mais velha da comunidade
A história da comunidade é contada por Jaqueline, uma liderança de Santa Rosa dos Pretos, que explica que há uma luta durante muitos anos por suas terras e relata as dificuldades que a sua comunidade encontra para garantir uma adequada assistência à saúde, um ensino de qualidade e a infra-estrutura e considera o sistema educacional de Santa Rosa insatisfatório:
tem escola lá, mas é muito precária. As escolas lá não são adequadas como a gente sonha, né? É muito abafada, muito quente. Para terminar o ensino médio tem que se deslocar para Itapecuru. Dinheiro não temos, carro também não temos, e aí fica difícil.
Imagem de uma moradia
O Quilombo de Santa Rosa dos Pretos situa-se, Rodovia 153, cerca de 96, 1 km. da Capítal do Maranhãoe, no muncípio de Itapecuru-Mirim. O município data de 1818, fica na microrregião de Itapecuru-Mirim e na mesorregião: norte maranhense, que tem uma população rural de 15.111 (2000).
